Em entrevista concedida ao Costa Oeste News nesta quarta-feira (22), a funcionária pública Franciele Dias Santos relatou em detalhes a jornada de tratamento e superação contra o câncer. Acompanhada do pai, o vereador Vando da Garagem (PSD), ela compartilhou a experiência de enfrentar não apenas o câncer de mama, mas também o de tireoide, destacando a fé e a detecção precoce.

O depoimento, dado no mês do Outubro Rosa, serve como um alerta para a comunidade de São Miguel do Iguaçu, município onde Franciele atua.

Duplo diagnóstico aos 25 anos

Franciele Dias descobriu o primeiro tumor em 2020, aos 25 anos, durante o banho. Ela sentiu um caroço grande no seio e, após exames, o diagnóstico confirmou a malignidade. O médico encaminhou a paciente para o tratamento oncológico imediato com quimioterapia, devido à extensão do tumor.

"A gente já começou com a químio de imediato, porque ele era muito extenso e o médico ficou com medo de que poderia se espalhar", disse Franciele.

Um exame de varredura (PET scan), solicitado para verificar se havia metástase, revelou outro foco da doença: um câncer na tireoide.

Ainda em 2020, ela passou por duas cirurgias complexas: a mastectomia completa da mama e a retirada total da tireoide. Questionada sobre a difícil decisão da mastectomia, a funcionária pública afirmou que, no momento, a única prioridade era a cura, e não a beleza.

A batalha não parou por aí. Em 2022, durante os exames preparatórios para a cirurgia de reconstrução mamária, um novo nódulo foi descoberto, exigindo que Franciele iniciasse uma nova etapa de tratamento.

Fé e Alerta contínuo

Franciele, que é considerada curada e segue apenas com consultas de acompanhamento mensal, credita a força à fé. "Eu sempre falo que Deus só dá cruz para quem consegue carregar, né? Então, se ele fez eu passar por toda essa situação, é porque ele tem algum propósito para a vida", afirmou a funcionária, que encontrou grande apoio na família, amigos e colegas de trabalho na Polícia Civil.

O pai, o vereador Vando da Garagem, ressaltou o empenho da família: "Sempre deixei tudo para trás para acompanhar ela [...] todos os processos que ela passou, tanto eu quanto a mãe dela e os irmãos dela, sempre tivemos junto", disse, citando ainda que a família já havia perdido uma irmã para a doença.

Atualmente, Franciele usa a história para conscientizar outras pessoas, dando palestras, principalmente no período do Outubro Rosa. A mensagem é clara e enfática:

"Eu sempre falo assim: se você tem oportunidade de ir atrás e descobrir, se cuidar é a melhor coisa. [...] O que eu sempre falo é para que a gente se cuide, que a gente cuide da saúde, não é só um mês, é todos os outros meses do ano ali que a gente possa se cuidar sempre mesmo."

A funcionária pública destacou que o medo de descobrir a doença não deve ser um impeditivo para buscar ajuda e realizar exames.

Além do trabalho de conscientização, Franciele Dias retornou à Delegacia de Polícia Civil de São Miguel do Iguaçu, onde atua na Sala Lilás, ambiente destinado ao acolhimento e orientação de vítimas de violência doméstica e outros tipos de violência contra a mulher.