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Família de tesoureiro do PT morto em Foz do Iguaçu receberá indenização de R$ 1,7 milhão após acordo

Marcelo Arruda foi morto por Jorge Guaranho em 2022. Acordo com a AGU foi homologado nesta semana pela Justiça.

  • 08/02/2024
  • Foto(s): Reprodução
  • Policial
Família de tesoureiro do PT morto em Foz do Iguaçu receberá indenização de R$ 1,7 milhão após acordo

A família de Marcelo Arruda, ex-tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu morto em 2022 na própria festa de aniversário pelo policial penal Jorge Guaranho, receberá uma indenização de R$ 1,7 milhão, após acordo celebrado pela Advocacia-Geral da União (AGU).

O acordo foi homologado pela Justiça Federal da cidade do oeste do Paraná na última quarta-feira (7). Relembre cronologia do crime no vídeo acima.

Em comunicado do Governo Federal, a AGU diz que a indenização deve ser paga pela União e se justifica porque "o autor do crime se valeu da condição de agente público para acessar o local da festa e efetuar o disparo utilizando uma arma de propriedade da União".

Segundo a AGU, o valor refere-se aos danos morais causados à companheira dele, Pâmela Silva, e aos quatro filho de Marcelo, além de valor relativo à pensão que estava sendo devida aos filhos, sendo proporcional a idade de cada um.

Conforme decisão, a AGU vai ingressar na sequência com uma ação para cobrar de Jorge Guaranho, réu pelo crime, o ressarcimento do valor de indenização que será pago pela União para a família de Marcelo.

O advogado Claudio Dalledone, responsável pela defesa de Guaranho, afirmou que o cliente é inocente e considerou o acordo entre a família de Arruda e a AGU um absurdo.

"Um absurdo jurídico constitui esse acordo feito pela AGU ao falecido no episódio em Foz do Iguaçu. Nós temos aí uma antecipação de culpa, o Tribunal do Júri ainda não julgou. Quem irá julgar se Jorge Guaranho é inocente ou culpado, é o povo, é a comunidade de Foz do Iguaçu, mediante o julgamento pelo Tribunal do Júri", disse Dalledone.

"Uma antecipação de culpa como essa é um absurdo jurídico. Imaginemos nós que todos aqueles que foram vitimados ou que faleceram de armas do estado venham buscar indenização, como muitos buscam e jamais teve um processo, se fez um acordo de imediato," acrescentou o advogado.

O júri popular de Jorge Guaranho está marcado para 4 de abril deste ano.

O processo

O acordo foi realizado após os familiares de Marcelo entrarem com uma ação contra a União cobrando indenização pelo crime cometido pelo agente público, o policial penal Jorge Guaranho.

Com a homologação do acordo, o processo foi extinto em relação aos cinco familiares, sendo eles a esposa e quatro filhos de Marcelo.

O processo, no entanto, continuará tramitando em relação à ex-esposa de Marcelo, que também acionou a Justiça para cobrar indenização, apesar de na época do crime já não ter mais o vínculo conjugal com Marcelo.

'Acordo não é motivo de comemoração'

A policial civil Pâmela Silva, viúva do tesoureiro afirma que a indenização "não é motivo de comemoração" e que é apenas uma reparação.

"Com relação ao acordo com a AGU é importante dizer que isso não é motivo de comemoração, é sim uma pequena reparação para os nossos filhos, bem como para outros dois filhos mais velhos. Uma reparação para garantir o mínimo de condições que o Marcelo, como bom pai, garantiria se estivesse vivo", disse Pamela.

Ela comentou ainda que o acordo nada mais é do que o reconhecimento da União "quanto ao agente público que utilizou do cargo e da arma da instituição para cometer um crime contra a vida de uma pessoa no dia do seu aniversário", destacou a viúva.

"É um reconhecimento por parte do Estado, mas isso não nos traz nenhum tipo de satisfação, isso só nos faz lembrar da grande perda que tivemos", lamentou a policial.

O crime

Conforme as investigações, Jorge Guaranho invadiu a festa de aniversário de Marcelo Arruda e os dois discutiram. Cerca de 10 minutos depois, o policial penal voltou ao local, armado, e disparou contra Marcelo, que revidou usando a arma que carregava por ser guarda municipal.

Marcelo foi socorrido, mas morreu na madrugada de 10 de julho de 2022.

Após o crime, Guaranho foi agredido por convidados presentes na festa de Marcelo. Ele foi internado e permaneceu em hospital de Foz do Iguaçu até ter alta e ser encaminhado ao Complexo Médico-Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, onde está preso desde agosto de 2022.

Marcelo deixou quatro filhos. Na época do crime, um deles tinha pouco mais de 40 dias.

Fonte: G1

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