Após iniciar o segundo semestre com leve avanço na produção, a indústria brasileira teve um tombo de 3,8% em agosto na comparação mensal, informou o IBGE nesta terça-feira (4). A queda foi maior que o centro das expectativas (mediana) dos analistas consultados pela agência Bloomberg, que esperavam recuo de 3,2%. Em relação a agosto de 2015, a queda foi de 5,2%, ante expectativa do mercado de recuo de 4,8%. No ano, a produção industrial acumula queda de 8,2%.
SETORES
Dos 24 setores da indústria acompanhados pelo IBGE, 21 registraram queda na produção em agosto em relação a julho. O principal destaque negativo foi o setor alimentício, que voltou a cair em agosto, após ter leve recuperação em julho. O segmento recuou 8%, de acordo com o IBGE. O ramo de veículos automotores, reboques e carrocerias despencou 10,4% em agosto, na segunda queda seguida. A perda acumulada pelo setor nesses dois meses é de 14%.
Outras contribuições ruins vieram de indústrias extrativas (-1,8%) e atividade de refino e biocombustíveis (-1,9%). A maior alta do mês ficou com o ramo de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, que avançou 8,3%, eliminando a queda de 7,3% registrada em julho.
CATEGORIA
Das grandes categorias econômicas acompanhadas pelo IBGE (grupos que reúnem produtos por seu tipo de uso), a maior queda na comparação mensal foi registrada por bens duráveis (eletrodomésticos, automóvel, por exemplo), ao cair 9,3%. Desta forma, bens duráveis interromperam três meses seguidos de alta nos quais ganhou 11,7%. No ano, a categoria é a que registra maior queda, ao recuar 20,2%.
Um dos principais responsáveis pela recuperação da indústria nos últimos meses, os bens de capital -categoria que inclui máquinas, caminhões- subiram 0,4% em relação a julho. A categoria é a segunda a ter maior queda no ano, com recuo de 15,9%.
NOVAS EMPRESAS
O número de empresas criadas no país entre janeiro e julho deste ano foi de 1.199.373, o maior para o período desde 2010, segundo indicador da empresa de consultoria Serasa Experian. O número é 1,8% superior aos sete primeiros meses de 2015. Em julho, foram criadas 178.633 novas empresas, 4,7% menos que o apurado em julho de 2015. De acordo com os economistas da Serasa, o aumento de novas empresas pode ser explicado pelo empreendedorismo de necessidade, ou seja, pela escassez de vagas no mercado formal de trabalho.
Fonte: Geovani Canabarro c/ inf. Bem Paraná