O colégio estadual Pedro Viriato Parigot de Souza promoveu uma palestra de conscientização sobre violência sexual, nesta terça (22). O público alvo foram os alunos do 8° e 9° ano que receberam orientação da psicóloga Vanessa da Soler.

Embora o tema seja desconfortável, sensível e complexo, a psicóloga abordou alguns tópicos de como identificar as várias formas de violência sexual e assegurou a existência de uma rede de acolhimento com profissionais capacitados para atender esse tipo de crime.

“A gente conversa um pouquinho sobre a questão da violência Sexual, como identificar a violência, o que é a violência sexual, o que é um abuso sexual sem o ato sexual, como identificar o agressor, como identificar um ciclo de violência marcado pelo segredo, marcado por ameaças, marcado por questões muito sutis, e a ideia é capacitar esses adolescentes para que, caso um dia venha acontecer algo com eles, eles saibam que existem profissionais para acolher e para tirar eles desse ciclo de violência.”

Vanessa falou sobre a adaptação de um tema tão complexo à linguagem dos adolescentes e se mostrou surpresa com a receptividade e interação dos alunos.

“Foi uma ótima recepção, foram muito participativos, questionaram, interagiram... eu trouxe algumas questões para a gente conversar, eles respondiam e participaram bastante mesmo, acho que foi um tema difícil de ser trabalhado, a gente adapta esse conteúdo à idade das crianças. Eu já trabalhei, por exemplo, com falas para crianças de 4 e 5 anos, é uma forma totalmente diferente de falar sobre isso, eles que têm de 13 a 15 anos, a gente pode tentar inserir um pouquinho de mais conteúdos, mas também não é como a gente trabalharia com pessoas adultas. Eu acho que isso é importante, ficar claro, caso os pais vejam a entrevista, a gente trabalha de uma maneira muito sutil essa temática, para que cada adolescente adapte aquilo que a gente tá falando, com o conhecimento que já tem sobre as questões sexuais. 

A Psicóloga conclui a entrevista falando do que ela espera após a palestra.

"Nessa idade a gente espera que eles tenham mais capacidade de identificar caso um dia aconteça com eles ou com alguém ao redor deles, que feito esse comunicado, que eles procurem ajuda e que eles saibam e tenham a certeza de que se um dia isso acontecer eles vão estar amparados por alguns profissionais que vão acolher e vão tentar tratar as feridas que a violência sexual deixa na vida das pessoas”.

A estudante Anna Luiza ficou impressionada com a abordagem do tema.

“O que mais me chamou atenção foi o jeito que ela desenvolveu a palestra, que ela abriu para perguntas e como os outros responderam e tiraram as dúvidas bem abertamente, sem nenhum tipo de vergonha. O que ficou de aprendizado para nós foi que nenhuma das pessoas que estão sofrendo com isso estão sozinhas, tem apoio e os meios de onde você pode procurar ajuda”.

Fonte: Costa Oeste News