Ouça ao vivo
Rádio Costa Oeste 106,5 FM

106,5 FM

Rádio Costa Oeste

Rádio Independência 92,7 FM

92,7 FM

Rádio Independência

Rádio Cultura 820 AM

820 AM

Rádio Cultura

Rádio Terra das Águas 93,3 FM

93,3 FM

Rádio Terra das Águas

Rádio Guaíra 89,7 FM

89,7 FM

Rádio Guaíra

Rádio Itaipulândia 92,3 FM

92,3 FM

Rádio Itaipulândia

Veja todas as Rádios

MP diz que Beto Richa é chefe de organização criminosa que fraudou licitação de R$ 70 milhões

Empresas foram contratadas para manutenção de estradas rurais e, segundo o Gaeco, propina para ex-governador e outros agentes públicos era de 8%

  • 11/09/2018
  • Foto(s): Estadão Conteúdo
MP diz que Beto Richa é chefe de organização criminosa que fraudou licitação de R$ 70 milhões

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) considera que o ex-governador do estado Beto Richa (PSDB) e atual candidato ao Senado é chefe de uma organização criminosa que fraudou uma licitação de mais de R$ 70 milhões para manutenção de estradas rurais, em 2011.

De acordo com a Justiça, o esquema criminoso funcionava a partir do aluguel de máquinas da iniciativa privada. A ideia, conforme despacho do juiz Fernando Bardelli Silva Fischer, era fraudar a licitação para que as empresas envolvidas ganhassem o contrato superfaturado.

Os promotores afirmam que o acordo com empresários beneficiados pela licitação previa o pagamento de 8% a agentes públicos, a título de propina, sobre o faturamento bruto.

As informações estão na decisão do juiz Fernando Bardelli Silva Fischer, da 13ª Vara Criminal de Curitiba, que autorizou a Operação Rádio Patrulha, deflagrada nesta terça-feira (11) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Curitiba, no Paraná.

Ainda segundo as investigações, o delator Tony Garcia era quem recebia a propina e repassava o dinheiro a Richa, “que contava com o apoio de Pepe Richa, Luiz Abi, Ezequias Moreira e Deonilson Roldo para organizar o esquema criminoso e auxiliar na arrecadação dos valores ilícitos”.

O MP-PR também apurou que Richa fez a lavagem de valores ilícitos com apoio da mulher Fernanda Richa e do contador da família, Dirceu Pupo Ferreira.

“Por meio de transações envolvendo a compra e venda de bens imóveis realizadas em nome de empresas da família Richa”, detalha a decisão.

Menção à propina

 

Entre as provas apresentadas pelo MP-PR, há um áudio de uma suposta conversa, de novembro de 2013, entre o delator Tony Garcia e o então governador Beto Richa. Para os promotores, a conversa faz menção ao atraso da propina que deveria ter sido paga por Celso Frare, empresário da Ouro Verde, uma das empresas beneficiadas pela licitação supostamente fraudada.

Veja a transcrição da conversa:

 

  • Tony: Você tem falado com o CELSO FRARE?
  • Beto: Falei.
  • Tony: Quando?
  • Beto: Falei, anteontem.
  • Tony: Aonde?
  • Beto: No almoço na casa dos (...) Mas assim, de receber, falar sozinho, não.
  • Tony: Ele não acertou o negócio aí.
  • Beto: Ahn?
  • Tony: Ele não acertou o negócio aí.
  • Beto: Ah! Ele me agradeceu, “já entrou um tico-tico lá que tava atrasado, obrigado”.
  • Tony: Isso.
  • Beto: Ele sabe que tá difícil sair, já pagaram uma parte… Bão...
  • Tony: Isso… Só que ele não pagou a parte que tem que pagar.
  • Beto: Se bobear, se não for pra cima, nós não…
  • Tony: Isso.
  • Beto: É você que ficou encarregado?
  • Tony: É eu que fiquei.
  • Beto: Então vai pra cima!
  • Tony: Vou pra cima, vou falar pra ele…
  • Beto: Eu não vou cobrar ele.
  • Tony: Não, você não pode! Nem você nem o PEPE.
  • Beto: Não sei de nada.
  • Tony: Deixa, você tem que ficar quieto. Fica na tua.

 

 

Prisão de Richa

 

Na decisão, juiz Fernando Bardelli Silva Fischer afirma que o funcionamento do suposto esquema criminoso dependia do aval de Richa e da ordem dele a subordinados.

“Os indícios de autoria estão consubstanciados no conjunto de elementos probatórios que instruem este pedido, em especial no áudio de gravação ambiental de mov. 1.25, em que o próprio investigado trata de assuntos relacionados ao atraso do pagamento da propina com o colaborador TONY GARCIA”, destaca.

Além disso, o magistrado argumenta que o ex-governador é mencionado em várias conversas entre outros investigados, que também foram gravadas, e que há indícios da prática de lavagem de dinheiro em benefício dele por meio de empresas da família.

O magistrado entendeu haver indícios que apontam que os investigados formaram uma organização criminosa, com divisão de tarefas, e que cometeram os crimes de fraude a licitação, corrupção e lavagem de dinheiro, entre outros.

Após analisar a representação do MP-PR, o juiz considerou imprescindível a decretação das prisões dos 15 investigados.

Entre os argumentos estão a complexidade dos crimes, que implica em um amplo conjunto de elementos de provas que precisa ser colhido e analisado.

Para o magistrado, as prisões por cinco dias garantem uma maior probabilidade de sucesso no cumprimento de mandados de busca e apreensão.

Ainda conforme o despacho de Fischer, o caso é extremamente complexo, com envolvimento de vários suspeitos e a necessidade de ouvir um grande número de testemunhas.

Para o juiz, entre os investigados há pessoas que têm grande poder político e econômico e a própria estrutura da organização criminosa estava ligada ao alto escalão do Poder Executivo do Paraná, que manteve influência e poder mesmo após mudança de governo.

O magistrado entendeu haver indícios que apontam que os investigados formaram uma organização criminosa, com divisão de tarefas, e que cometeram os crimes de fraude a licitação, corrupção e lavagem de dinheiro, entre outros.

Fonte: g1

Envie sua Notícia, vídeo, foto
(45)9982-99557