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Rádio Costa Oeste
Cautela e pesquisas é a síntese das conclusões que chegaram os mais de 100 técnicos, pesquisadores e produtores que participaram, na última semana, de uma reunião em Londrina, para discutir a ocorrência da estria bacteriana em lavouras de milho no Paraná. O encontro foi promovido pelo Iapar, o Instituto Agronômico do Paraná.
Até agora desconhecida no Brasil, a doença, causada por uma bactéria, foi detectada em lavouras nas Regiões Oeste, Centro-Oeste e Norte do Paraná. Segundo o pesquisador do Iapar, Rui Pereira Leite, é um problema grave que deve ser tratado com critérios técnicos e sem comoção. (Ouça o áudio Rui Pereira Leite 1)
De acordo com os técnicos do Iapar, a estria bacteriana tem potencial para reduzir à metade a capacidade produtiva de cultivares altamente suscetíveis. Doença de difícil controle por meio de agroquímicos, a resistência genética é apontada como a melhor estratégia para, no curto prazo, enfrentar o novo problema. A identificação das cultivares mais suscetíveis atualmente no mercado é a medida mais urgente a se tomar.
Os representantes de cooperativas informaram que já estão fazendo essa triagem, com base nas informações já disponíveis nos centros de experimentação. Segundo o pesquisador Rui Pereira Leite, o Iapar já desenvolve um trabalho de avaliação de cultivares nas duas safras de milho e está trabalhando também na perspectiva de incluir no projeto o estudo da estria bacteriana. (Ouça o áudio Rui Pereira Leite 2)
A pesquisa também será chamada para esclarecer os mecanismos envolvidos na disseminação da bactéria por meio das sementes, um ponto crucial e ainda não esclarecido.
Outro ponto que deve merecer estudos é a relação da doença com o clima, pois no Brasil há condições de umidade e temperatura favoráveis à bactéria ao longo de todo o ano. A recomendação para a próxima safra é que os produtores usem sementes idôneas e mantenham permanente contato com a assistência técnica.
O Iapar preparou o boletim técnico "Estria Bacteriana do Milho no Paraná", que apresenta as características da doença, do patógeno, o modo de disseminação, potencial de danos econômicos e discute potenciais medidas de prevenção e controle. Os interessados devem fazer o pedido pelo e-mail publicacoes@iapar.br. A publicação é gratuita e também tem uma versão que pode ser baixada no site www.iapar.br.
Fonte: Com informações AEN