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Rádio Costa Oeste
Em entrevista realizada nesta terça-feira (9), na Rádio Costa Oeste, o município de São Miguel do Iguaçu (PR) alertou a população sobre a crítica situação da dengue e chikungunya. Com 788 casos de dengue e 39 de chikungunya registrados neste ano, a cidade figura em primeiro lugar no ranking de maior incidência na região, o que levou a administração pública a declarar "guerra" ao mosquito Aedes aegypti.
Apesar do sucesso de programas de conscientização com crianças, que resultaram em 90% a 95% das casas de alunos sorteadas sem foco do mosquito, as autoridades apontam o dedo para o descumprimento por parte dos adultos.
"O maior foco está no nosso lixo doméstico," alertou Darlene Khun, Presidente da Associação da Casa da Amizade. "Nós não podemos mais estar em primeiro lugar no ranking."
Mutirão de limpeza em bairros críticos
Para reverter o quadro, a Vigilância em Saúde, em conjunto com outras secretarias, promoverá um grande mutirão de limpeza focado na remoção de materiais que acumulam água.
Augusto Mondardo, Diretor da Vigilância em Saúde, destacou que o principal problema encontrado nas residências são itens como baldes, brinquedos, piscinas de plástico abandonadas, pneus e eletrodomésticos em desuso (centrífugas, tanquinhos, vasos sanitários).
O cronograma do mutirão nos bairros mais críticos, identificados por armadilhas:
Novo Mundo e Liberdade: A coleta será no dia 12 de Dezembro (moradores devem colocar o material na rua no dia 11).
Centro e Santa Catarina: Coleta no dia 15 de Dezembro (colocar na rua no dia 14).
Jardim Social: Coleta no dia 16 de Dezembro.
Jardim Paraguaçu: Coleta no dia 17 de Dezembro.
Caçol Cristhi (parte mais crítica): Coleta no dia 22 de Dezembro.
O mutirão é voltado para materiais recicláveis (vidro, plástico, metal) e itens grandes que acumulam água. Não serão recolhidos entulhos, móveis (cama, sofá, guarda-roupa) ou madeiras.
Multas e Câmeras de Vigilância
A utilização da lei para coibir a negligência foi confirmada por Bárbara Danielly, Coordenadora dos Agentes de Endemias. Ela informou que a Lei Municipal nº 2130 permite a autuação de moradores que não eliminarem focos do mosquito após notificação.
"Já tivemos a nossa primeira multa no Jardim Mariana, no valor de R$ 430," afirmou Danielly. "Sete dias depois, a gente retornou, ainda tinha larvas. A pessoa recebeu a multa em dobro, no valor de R$ 830".
Em caso de reincidência, a situação pode ser encaminhada ao Ministério Público como crime ambiental. A multa é aplicada pela própria Vigilância e o não pagamento implica na negativação do devedor.
Além disso, a Prefeitura conseguiu autorização para utilizar as câmeras de monitoramento da cidade para flagrar pessoas jogando lixo velho ou pneus em terrenos baldios. "Vamos verificar a placa do carro, o rosto da pessoa, e vamos procurar nossos direitos, porque lixo em locais públicos é crime ambiental," destacou a Coordenadora.
As autoridades alertam ainda sobre o problema das cisternas abertas, que estão sendo frequentemente encontradas com larvas.
Para denúncias anônimas de terrenos sujos ou casas abandonadas, a população pode ligar para a Ouvidoria Municipal no número: 3565-8100.
Fonte: Costa Oeste News