Nesta segunda-feira (11), o Costa Oeste News teve a oportunidade de entrevistar Ana Sivieiro, candidata ao Conselho Tutelar de São Miguel do Iguaçu. Ana, com o histórico de dois mandatos como conselheira tutelar, compartilhou as motivações e planos para contribuir com a comunidade local.

Ana Sivieiro, que reside no Balneário Ipiranga e é mãe de três filhas, explicou a principal motivação para se candidatar ao cargo de conselheira tutelar: "Eu sempre trabalhei com crianças e adolescentes, 30 anos como professora, dentro da minha formação em pedagogia, e já servi dois mandatos como conselheira tutelar. Gosto do que faço e procuro sempre desempenhar meu trabalho da melhor maneira possível."

Ana também compartilhou a abordagem para lidar com situações de abuso infantil e negligência: "Quando se fala de abuso sexual, é bem cruel. A gente sempre procura a criança/adolescente que passou por esse abuso, sempre tem um atendimento imediato com o profissional da escuta especializada. A gente faz acolhimento da família e daí em colegiado a gente toma as medidas possíveis, onde a família toda é acompanhada pela rede de proteção, para poder diminuir um pouquinho mais o sofrimento."

Sobre a cooperação entre o Conselho Tutelar, escolas e outras entidades, Ana enfatizou a comunicação: "Temos uma boa comunicação com a rede de proteção e bons profissionais que resolvem as situações juntos. Pretendemos intensificar nossa participação nas escolas e oferecer palestras de prevenção, apesar da alta demanda que enfrentamos diariamente."

No que diz respeito ao bullying e violência entre crianças e adolescentes, Ana destacou a necessidade de identificar sinais de agressão e trabalhar com as escolas na prevenção: "Os casos de bullying acontecem diariamente. Quando aparece evasão escolar por causa do bullying, a escola nos encaminha os casos mais graves para acompanhamento psicológico."

Quanto aos direitos das crianças com deficiência, Ana enfatizou a igualdade e a atenção especial quando necessário: "A gente trabalha com igualdade, que todas as crianças têm o mesmo direito. Lógico, se tiver algum caso mais especial, a gente vai dar toda atenção especial, mas a gente não tem nenhum caso assim no nosso município que a criança especial não está tendo todos os atendimentos."

Sobre casos de abuso de substâncias por parte de pais ou responsáveis, Ana reconheceu a complexidade do problema: "Essa é uma parte bem delicada, porque todas as situações que aparecem para nós de violência, elas têm origem em algum tipo de droga. A pior droga ainda é a lícita, que é a bebida alcoólica, que acaba sendo a porta de entrada para todas as outras drogas. Temos o CAPS que oferece tratamento para esses pais e também temos palestras semanais para ajudar os pais a se libertar dessa droga."

Quando abordada sobre a educação sexual nas escolas, Ana enfatizou a importância das palestras ministradas por profissionais da área: "Tem que ter palestras dos profissionais da área, que vão ajudar não só as escolas, como os pais também. Em casa, deve-se falar muito com os filhos e passar para eles realmente o que é o correto."

Para sensibilizar a comunidade sobre os direitos das crianças e as responsabilidades do Conselho Tutelar, Ana mencionou campanhas de conscientização: "A gente teria que levar mais conhecimento para essa comunidade sobre o nosso trabalho. Eles já estão tendo uma visão diferente do Conselho Tutelar através dessas campanhas, que a gente está fazendo. Tem 18 de Maio e outras campanhas que estão sendo feitas pela rede. De repente, a gente também levar mais conhecimento para a comunidade sobre o nosso trabalho. Tudo é gradativo."

Por fim, Ana Sivieiro destacou o maior desafio enfrentado pelo Conselho Tutelar atualmente: "É o aumento da demanda. A gente falta equipamento, na parte administrativa, a gente não tem a parte administrativa no conselho, aí sobrecarrega a gente todos os conselheiros, que têm que fazer a parte administrativa. E daí com isso, aumenta toda a rede, acaba se sobrecarregando os atendimentos. A fila de espera vai aumentando, porque os atendimentos são diários. A gente acaba não tendo tempo de fazer outras partes que o conselho deveria fazer, devido à demanda. Então, esse direito que a criança tem adquirido acaba afetando."

Fonte: Costa Oeste News