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Rádio Costa Oeste
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) apresentou denúncia contra a médica pediatra Marelby Jacqueline Calvo Echeverria pela morte de uma criança de três anos, em Foz do Iguaçu. A defesa da médica nega as acusações.
De acordo com a denúncia, a médica foi responsável pelo atendimento de Kiara dos Santos Aleixo, de 3 anos, que morreu em dezembro de 2014 após ser internada no Hospital Municipal, com diagnóstico de catapora e dengue. De acordo com os promotores, Marelby foi negligente.
A denúncia por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, foi apresentada na sexta-feira (10). Agora cabe à Justiça decidir se recebe ou não a denúncia.
A pena, em caso de condenação é de um a três anos de prisão. Neste caso, a pena ainda pode aumentar porque, segundo o MP-PR, a pediatra não seguiu as regras estabelecidas da profissão.
A mãe de Kiara, Diana Santos, diz que lembra da filha a todo momento e que espera por justiça.
Valter Santos, avô da menina, diz que pensa que a neta poderia estar brincando junto com a irmã mais nova. “Um peso que toda hora tu lembra, parece que está junto com a gente”, afirma.
A família levou Kiara até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) João Samek por causa de bolinhas vermelhas na pele, que poderiam ser catapora. Ela foi atendida por volta das 11h do dia 4 de dezembro de 2014 e fez exames que indicaram dengue e varicela, mais conhecida como catapora.
No começo da madrugada do dia seguinte, Kiara foi transferida para o Hospital Municipal de Foz, onde ficou no setor pediátrico.
A mãe da menina conta que, ao chegar ao quarto, não viu nenhuma médica.
“As enfermeiras estavam lá. A gente via que elas estavam preocupadas e ligavam atrás da médica. Mas a médica mesmo só foi à tarde, a hora que ela já estava inchada”, relata.
O MP-PR afirma que, na manhã em que Kiara chegou ao hospital, a médica pediatra Marelby Jacqueline Calvo Echeverria foi avisada pela enfermagem do estado de saúde da criança e pediu novos exames, sem sequer ver a paciente.
Só à tarde, depois que Kiara não apresentou melhora no quadro de pressão baixa e taquicardia, a médica a avaliou pessoalmente e a encaminhou para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Segundo a denúncia, quando foi transferida para UTI, a paciente já apresentava estado grave.
“Quando era dez e pouco da noite, umas 11h, eles já não tinham mais o que esconder, né? Estava dando parada nela. Daquele momento eu já não fiquei mais com ela. Daí de manhã veio a notícia”, lembra a mãe.
Kiara morreu às 10h55 do dia 7 de dezembro de 2014. O MP-PR afirma que a médica Marelby era a responsável pela internação da paciente e pela UTI pediátrica e que ela negligenciou a obrigação de dar assistência adequada à criança, porque, mesmo avisada pelos enfermeiros sobre a piora no estado de saúde, “somente a avaliou pessoalmente 13 horas depois da internação”.
Fonte: g1