Os agentes penitenciários do Cresf (Centro de Reintegração Social Feminino), em Foz do Iguaçu, interceptaram na madrugada desta terça-feira (28), a entrada de celulares e ferramentas na unidade. Dois adolescentes foram pegos em flagrante após pularem o muro do Cresf.
Eles foram surpreendidos quando já estavam dentro da unidade. Os menores vestiam roupas pretas e para não chamar atenção, andavam como se fossem agentes em vistoria no local. "Apesar da péssima qualidade das câmeras de segurança só mostrarem vultos de preto, o agente que estava monitorando percebeu que havia algo de estranho", relata a diretora em Foz do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná, Vanderleia Leite.
A reação dos agentes de plantão foi imediata para conter os invasores. A Polícia Militar foi chamada e os adolescentes foram apreendidos. As ferramentas seriam utilizadas em eventuais fugas dos presos.
Problema recorrente
A falta de segurança no Cresf e na Cadeia Pública Laudenir Neves (que fica ao lado) tem sido motivo de constantes denúncias e ofícios do Sindarspen à Secretaria de Segurança Pública e ao Departamento Penitenciário.
Com o apoio do Sindicato, no último dia 22, agentes das duas unidades realizaram um protesto no local, exigindo melhores condições de trabalho e de segurança no Cresf e da CPLN. Entre outras coisas, eles reivindicam a construção de muros em altura condizente com a de unidades penitenciárias; iluminação adequada; instalação de câmeras e sensores de segurança; e contratação de mais agentes, para permitir a movimentação segura de presos nas unidades e garantir o tratamento penal previsto em lei.
Após o ato, em reunião com o Sindicato e os trabalhadores, a direção da unidade se comprometeu que buscaria soluções junto ao Depen e que marcaria uma reunião com o Batalhão da PM de Foz do Iguaçu para pedir reforço nas rondas externas das unidades. O Sindarspen segue aguardando as medidas prometidas.
Falta de segurança nos presídios compromete toda a cidade
A diretoria do Sindarspen também está articulando uma audiência pública na Câmara Municipal de Foz do Iguaçu com o objetivo de debater a questão. Isso porque a falta de segurança nas unidades penais tem impacto direto sobre a segurança da cidade.
"Quando tem fuga de presos toda a sociedade é afetada. A população de Foz do Iguaçu precisa saber o que está acontecendo nas unidades aqui para ajudar a cobrar o poder público a buscar e soluções", defende a dirigente sindical.
Fonte: Catve