Quase metade dos contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) que foram celebrados a partir de 2010 e estão em fase de amortização estão com atraso de mais de dois meses no pagamento. A amortização é a fase final do contrato de financiamento.
Nela, os estudantes já formados pagam de volta o dinheiro com o qual o governo federal financiou seus cursos de graduação. Segundo o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), 172.823 contratos feitos a partir de 2010 já estão nessa fase, mas 86.031, ou 49,8% do total, estão inadimplentes.
Os dados equivalem à data de 30 de setembro de 2016 e foram obtidos pelo G1 por meio da Lei de Acesso à Informação.
Como funciona o Fies
O Fies é uma das ações do governo federal que não são obrigatórias, ou seja, sua manutenção não está garantida por lei. Por isso, o governo precisa encontrar recursos para garantir os financiamentos já contratados e a abertura de novas vagas. Em outubro, por exemplo, o governo precisou negociar junto ao Congresso Nacional a abertura de crédito complementar para pagar taxas administrativas dos contratos que já estavam quatro meses atrasadas. O valor do crédito foi de R$ 702,5 milhões.
Um dos recursos para garantir o programa é o pagamento, por parte dos ex-alunos financiados, das prestações de contratos em fase de amortização.
Desde 2010, ano em que o governo federal expandiu o programa, o Fies já celebrou mais de 2,4 milhões de contratos. O valor para pagar todas essas prestações também cresceu: o valor do orçamento previsto para financiamentos do Fies foi de R$ 1,7 bilhão, em 2010, para R$ 18,8 bilhões, em 2016.
Fonte: G1