A missão do Grêmio - e do técnico Renato Portaluppi - não era nada fácil na noite de sábado, mas o final superou as expectativas. Sem Luis Suárez e Villasanti, dois dos principais jogadores na temporada, o técnico recorreu à base e contou com a força de vontade para vencer o Atlético-MG por 1 a 0 e voltar à segunda posição do Brasileiro.

As novidades do Tricolor contra o Galo foram as entradas de André Henrique no ataque e Ronald no meio. O centroavante fez sua estreia como titular com a responsabilidade de substituir o artilheiro uruguaio. Participou bastante das ações ofensivas no primeiro tempo, mas na etapa final sentiu dores na coxa esquerda e deixou o jogo.

Já o volante viveu uma noite dos sonhos. Apesar de já fazer parte do grupo, atuou pela primeira vez na equipe profissional e já como titular. E não podia ser melhor. Ronald foi o autor do gol da vitória ao aproveitar o cruzamento de Cristaldo e testar para o fundo da rede.

Ronald é um jogador bastante técnico, bom passe, bola longa, bom de cabeça, ofensiva e defensivamente.

Com essas duas modificações relevantes no time, o padrão de jogo que o Grêmio vinha apresentando não foi o mesmo. Porém, a equipe compensou a falta de qualidade com muita dedicação. Após a partida, o próprio treinador usou termos como “entrega”, “superação” e “vontade” para justificar a vitória.

Durante parte do primeiro tempo o time de Renato foi melhor e criou as principais chances, tanto que fez o gol. Depois encontrou dificuldades para acertar o contra-ataque e deixou o adversário ter mais a posse de bola. Acabou recuado e com Gabriel Grando obrigado a fazer duas boas defesas.

Na volta do intervalo, o panorama da partida foi parecido. O Atlético-MG propôs mais o jogo, enquanto o Grêmio apostou na fortaleza defensiva para sair de casa sem levar gols. Deu certo.

- Acredito que hoje ele (Kannemann) foi um dos três melhores da partida. Está tendo ajuda do Bruno (Alves) e do Uvini. Os três zagueiros vem bem. O sistema defensivo está bem. Treinamos bastante. Os adversários têm tido poucas oportunidades - disse o treinador.

Para o sistema defensivo conseguir sustentar o resultado e manter um bom enfrentamento contra o Galo, o time de Renato precisou compensar na entrega. O próprio comandante reconheceu que as ausências de Villa e Suárez impactaram negativamente e a qualidade decaiu.

As mudanças impactaram na maneira da equipe jogar. O Grêmio não conseguiu executar o jogo curto, manter tanto a posse, entregou a bola para o Atlético-MG e exigiu um desempenho físico maior. Os jogadores precisaram se superar para segurar o resultado.

A gente tem superação, mas não tem tanta qualidade pra reter a bola, sem velocidade que tanto falo

— Renato Portaluppi, Grêmio

Fonte: GE