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Jovem que 'ficou' com Daniel diz que foi obrigada a limpar cena do crime

A garota informou que pensou em pedir ajuda, mas o dono da casa a repreendeu

  • 14/11/2018
  • Foto(s): Bem Paraná
  • Policial
Jovem que

A jovem de 19 anos que teve um relacionamento com o jogador Daniel Corrêa Freitas horas antes de ele ser morto no fim de semana do dia 27 de outubro afirmou na segunda-feira (13) em depoimento à polícia que foi obrigada a limpar o sangue na residência onde a vítima foi agredida. A jovem, que falou como testemunha, voltou à delegacia nesta terça-feira (13) para esclarecer novos pontos da investigação.

"Ela veio fazer um reconhecimento fotográfico que faltou ontem de ser feito e complementar o depoimento. Entre os irmãos Purkote existia uma dúvida sobre qual dos irmão tinha participado de alguma situação ali e ela foi reconhecer essa dúvida. (...) Identificou qual deles que quebrou o celular e agrediu a vítima com certeza", disse nesta terça-feira o advogado Rafael Lima Torres que acompanhou a jovem.

Seis pessoas estão presas pelo homicídio. Edison Brittes Junior, o ‘Juninho Riqueza’, assumiu ser o autor do assassinado. Também estão presos a esposa dele, Cristiana; a filha do casal, Allana; e os três jovens que estariam no carro que levou Daniel até a Colônia Mergulhão, onde o atleta foi morto. São eles Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, de 19 anos, David Willian Villero Silva, de 18, e Ygor King, de 20. O envolvimento dos irmãos gêmeos de sobrenome Purkote ainda é investigado. Um deles, junto com Deivid e Eduardo, se encontraram com Edison Brittes em um shopping dias depois do crime supostamente para combinar uma versão.

No depoimento prestado na Delegacia de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, a jovem disse que é amiga de Allana Brittes (18) há cerca de um ano e dois meses. Segundo ela, a única vez que elas saíram juntas, com os pais Edison Brittes e Cristiana Brittes, foi no aniversário de 18 anos da Allana, que na boate Shed, no bairro Batel, em Curitiba, onde ela "ficou" com Daniel. A reportagem optou por manter o nome da jovem em sigilo.

Depois que o jogador foi espancado e levado para o terreno onde viria a ser assassinado, dentro da casa, havia sangue na cama, no chão do quarto e do lado de fora. Antes de sair, Juninho Riqueza teria ordenado que as pessoas que ficaram na residência limpassem o local.

"Houve ali uma coação dentro do contexto todo. Ela está com medo também do que pode acontecer. Ninguém ameaçou ela, isso a gente tem que esclarecer. Ninguém chegou a entrar em contato com ela, mas o medo é inerente è situação. No momento (após o crime naquele dia) houve uma exigência, uma ordem, mas depois não aconteceu nenhum tipo de ameaça. (A ordem) foi depois da volta de todos para a residência. Outras pessoas auxiliaram (na limpeza do sangue na casa). (Ela não chamou a polícia após) uma ordem. Não é para chamar ninguém, não é para avisar ninguém. Ela só estava obedecendo mandamentos que eram dados dentro de um contexto em que ela não entendeu o que estava acontecendo", afirma o advogado.

De acordo com a testemunha, depois do espancamento, o colchão foi cortado na parte onde estava sujo e esse pedaço foi queimado, junto com os documentos de Daniel. As pessoas, então, foram embora. Ficaram na casa apenas a testemunha, Allana, Cristiana e uma prima dos Brittes.

Antes do crime, a jovem, Daniel e Allana, segundo o depoimento, ficaram um tempo bebendo juntos e fumando narguilé. A jovem relatou que o jogador não aparentava estar embriagado. Mais tarde, ela e a aniversariante se retiraram para tomar banho e foram para o quarto, que fica na parte superior da casa, enquanto a vítima continuou no térreo.

A testemunha afirmou que Ygor entrou no quarto e chamou David, que já estava deitado, para pedir ajuda diante da briga que acontecia no primeiro andar. A testemunha comentou que não ouviu nenhum grito de socorro de Cristiana e que ela apenas chamou a atenção de Allana, dizendo “ajuda, desce, senão seu pai vai matar o menino!”, segundo trecho do depoimento publicado pela BandaB.

A jovem, então, foi com a amiga até o primeiro andar e viu que a porta do quarto parecia estar arrombada. Edison segurou Daniel pelo pescoço e pediu para que a filha saísse e fechasse a porta, o que ela fez.

Em seguida, a jovem falou que viu David, Ygor e Eduardo entrarem no cômodo, onde ficaram por cerca de cinco minutos. Ela declarou que ficou sem reação, sentada no sofá. Em seguida, eles saíram de lá e arrastaram Daniel para fora. A testemunha disse que ouviu Edison gritar “seu vagabundo, quem mandou mexer com mulher casada, no meu quarto!”.

A garota informou que pensou em pedir ajuda, mas o dono da casa a repreendeu. Juninho Riqueza e os rapazes voltaram para casa após o crime – ele vestia roupas diferentes das que havia usado antes de sair. Allana questionou o pai sobre o que aconteceu e ele respondeu: “Matei ele”. A filha perguntou como e ele não disse mais nada.

O jogador Daniel Correa Freitas, de 24 anos, foi encontrado morto na manhã de 27 de outubro, na zona rural de São José dos Pinhais. Ex meia de Coritiba e São Paulo, ele atualmente atuava no São Bento, time da série B do Campeonato Brasileiro. De acordo com a polícia, ele estaria em uma festa e foi morto após enviar fotos de Cristiana Brittes para amigos em um grupo de WhatsApp.

Fonte: Bem Paraná